Qual a legitimidade e o respeito de uma casa de leis, em que o próprio presidente não respeita as leis?
O que pudemos ver ontem na câmara de vereadores de Matinhos após o escândalo da "Farra das diárias" foi um espetáculo de desculpas e hipocrisia, com cada vereador tentando salvar a sua pele, (menos aqueles que não se utilizaram das diárias), em comum apenas os ataques direcionados a administração do executivo na figura do prefeito Ruy Hauer que não tinha nada a ver com as diárias mas que acabou pagando o pato e foi o bode expiatório da sessão.
O destaque (negativo é claro) ficou para o vereador Sandro do Gás que ao tentar justificar o uso das diárias e consequente ação civil contra o presidente Gerson Junior, não poupou palavras e simplesmente disse que o executivo está deixando a desejar, onde não se vê investimentos na cidade na parte da saúde e educação, com constantes alagamentos, deixando a entender que a "cidade esta abandonada", para a surpresa de todos um dos maiores defensores do atual prefeito e que até semana passada vivia em uma Matinhos em que não havia problemas, resolveu acabar com a lua de mel de um "casamento" cercado por desconfianças e traições entre o legislativo e executivo.
O que pudemos notar na fala de alguns vereadores foi um sentimento de consternação e até mesmo "pena" do presidente da casa e quase "morto político" Gerson da Silva Junior que segue o mesmo caminho dos Cunhas e Richas, diante da repercussão dos fatos, mas como disse um internauta na publicação do nosso blog "eles não tiveram pena de gastar nosso dinheiro público suado quando esbanjaram na farra das diárias". E seguindo esse mesmo pensamento devemos fazer com que se cumpra a lei, o vereador Zé da Ecler lembrou bem que as diárias mesmo sendo algo opcional para os vereadores se usadas de maneira desproporcional e abusiva caracteriza um crime.
Não podemos esquecer que dois vereadores Professor Mario Braga e Rodrigo Gregório mesmo tendo direito a usufruir das diárias não as utilizaram e vendo sob uma ótica voltada ao trabalho e retorno para a sociedade são os vereadores mais atuantes e que tem mais projetos visando o bem estar da população, ou seja os cursos na realidade nesse quesito deixam a desejar e acabam indo apenas para o lado burocrático, esse mesmo lado que acaba emperrando o desenvolvimento da nossa cidade.
Por fim veio o vereador Gerson Junior, cabisbaixo e irreconhecível, não quis usar a tribuna como sempre faz para atacar e também se defender, falou sobre o papel do Ministério Público onde de maneira interessante disse que eles tem o direito em fazer seu papel, em nenhum momento questionou a ação civil, tentando mostrar sua inocência seja através de números ou de depoimentos dos cursos, um fato curioso, pois não existem relatórios, nem uma maneira de mensurar como os cursos contribuíram para sociedade de forma efetiva, tiveram vereadores que chegaram ao cúmulo de dizer que o conhecimento era para eles, ou seja o povo não entra nessa conta das diárias que não fecha para ninguém nem para o Ministério Público que não é bobo como subestimam alguns vereadores.
O trecho mais interessante da fala do vereador Gerson foi quando ele disse que foram aprovados pela câmara no ano passado 153 projetos, mas ele não conseguiu citar 1 projeto que esteja em execução e traga um retorno significativo para a sociedade.
A pergunta que fica é... existe ainda uma salvação para a carreira política do presidente da câmara? contrariando o que vocês possam ter pensado a resposta é sim, mas vai requerer um "fato novo" e esse deve ser a "cabeça" do chefe do executivo.
O fim da "velha política" está próximo em Matinhos e a população quer assistir de camarote, se possível de dentro do Bavaresco. :)
Jair Franco, advogado e autor, escreve a coluna "O Antagonista" para o Notícias de Matinhos.
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